As recentes sondagens dizem que o pessoal do burgo não gosta do Lopes.
Como qualquer líder que se preze e não gosta que lhe toquem nos galões, o Lopes faz birra, bate o pé, esperneia, estrebucha e desembucha: "Isto demonstra que está montada uma mega-fraude em torno desta matéria", ameaçando com “processos” quem no momento da verdade tiver falhado com ela agora.
Hoje, depois de apaziguados os delírios gripais, Lopes deixou pousar as areias, e já disse que a “mega-fraude” a que se referiu é “política” e “não de outro tipo”.
E claro, o povo cala, com medo de parecer demasiado idiota se perguntar ao Lopes: Mas então, quantos tipos de fraude há?, ou: Mas então, o que é fraude política?, ou: E os processos também serão políticos?, ou: E se as sondagens estiverem mesmo certas, que consequências é que haverá?
É claro que isto são tudo perguntas que não se fazem. Quando a questão foi tão bem explicada pelo Lopes, pedir esclarecimento revelaria no mínimo falta de inteligência. Além do mais, como sabemos, uma das virtudes do Lopes (que já a tinha mesmo antes de ser chefe) é a oratória – o dom da palavra e da argumentação.
Mas mesmo assim – que o Lopes nos perdoe o atrevimento – gostaria de lhe deixar em nome de todos os que sentem que ele foi um bocadinho duro, um pedido:
Lopes, deixa lá os senhores das sondagens!
Aliás processar essas empresas por falharem as previsões seria o mesmo que levar a tribunal os senhores da meteorologia por ter anunciado uma “vaga de frio” ou o médico que te diagnosticou “anginas e gripe”, porque a forma como pronunciaste “mega-fraude” sem tremer nem tossir (bem, pelo menos na palavra “mega-fraude”), Lopes, não é para garganta inflamada ou pulmão entupido.
Já imaginaste, Lopes, o que seria agora processar a Maya por trocar as previsões de Carneiro pelas de Capricórnio?
Não, Lopes. Processa-nos a nós!
Oferecemos-te a nossa pequena e frágil pessoa jurídica, para que nos possas castigar, porque por tibieza te negamos - com vontade de fazê-lo três vezes - por não compreendermos os teus mistérios. Aqueles que nos disseste serem "os mistérios que só dia 20 de Fevereiro poderemos desvendar".
P.S. E já me esquecia, Lopes. Também estamos contigo nisso do não pagamento dos impostos, pois como tão bem nos explicaste, "às vezes pode haver uma questão de juros, como com todos os cidadãos que vivem dos seus salários".
ESTAMOS CONTIGO ATÉ AO (TEU) FIM
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