terça-feira, fevereiro 15, 2005

Taxistas vão poder passar multas

O ministro da Administração Interna anunciou hoje que os taxistas vão substituir as forças de segurança na fiscalização do trânsito. Depois da decisão de as multas serem pagas no momento da infracção, Daniel Sanches considera que “os condutores de carros de praça são os mais aptos para fazer funcionar o novo sistema”.

Numa nota enviado ao ANDAIME, o governante revelou que “há já muito tempo a sua confiança nas forças de fiscalização de trânsito actuais se vinha a degradar”, razão pela qual “decidiu avançar com a delegação das suas funções aos condutores de carros de praça”, que diz terem “a verdadeira experiência e motivação para levarem a cabo esta tarefa”.

“Têm sempre uma opinião formada e fundamentada sobre qualquer situação de trânsito, são condutores exemplares e a sua educação será fundamental para a colaboração voluntariosa por parte dos infractores”, explicou o ministro.

Daniel Sanches realçou ainda a mais valia em termos económicos da medida, já que os novos agentes de fiscalização “não necessitarão de radares, nem de carros patrulha e outros meios burocráticos”, pois, segundo o ministro, “detectam a velocidade dos infractores a olho, conseguem conduzir durante dez horas os seus Mercedes de 1989 sem se incomodarem com o seu próprio cheiro e não gastam papel nem perdem tempo a passar facturas”.

Por sua vez, o representante do Sindicato dos Taxistas e Mulheres a Dias, José Rodrigues Rebelo, já se congratulou com a decisão governamental e prometeu que “a partir de agora não haverá lugar para ‘azelhices’ nas estradas portuguesas”.

De acordo com o sindicalista “esta era uma decisão que mais tarde ou mais cedo teria de ser tomada”, já que, considera, “há muito menos corrupção” na sua classe do que em qualquer outra que tenha ocupado antes as funções que agora lhes são delegadas.

“Há muito menos corrupção entre a gente, apesar do senhor ministro ter dito que esta nova responsabilidade nada tem a ver com metade dos ‘bófias’ estar a caminho da ‘choça’", disse, Rodrigues Rebelo, frisando: "O taxímetro não mente. Essa é que é essa."

“Toda a gente sabe há já muito tempo que os profissionais do táxi têm sido verdadeiros exemplos nas estradas portuguesas, e uma verdadeira inspiração para os condutores. Este é o reconhecimento do nosso brio profissional”, acrescentou.

Apesar da medida agradar a maior parte dos membros do sector, há, porém, vozes cépticas que questionam de quem será a responsabilidade pelo valor da corrida em caso de perseguição com cliente a bordo e se esta nova responsabilidade não exige um aumento no valor da bandeirada.

Em resposta a estas questões, Rodrigues Rebelo já disse que são pertinentes, mas que "neste momento se encontra a negociar com o ministro esses pormenores, assegurando no entanto que "estes serão anos dourados para a classe", depois do que considerou ser "a verdadeira 'caça às bruxas' dos fiscais".




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